terça-feira, 29 de setembro de 2015

Como combater o abandono e a evasão escolar


Saiba como você, gestor, pode proceder para combater a evasão e garantir a presença de todos os alunos na sala de aula.


Ilustração: Estudio Rabisco
Ilustrações: Estudio Rabisco

As aulas já começaram há algumas semanas e, a esta altura, os alunos estão adaptados e as atividades escolares, em pleno curso. Mas você já conferiu se todos os matriculados estão realmente frequentando as classes ou se há alguém que falta regularmente ou nem sequer apareceu? O problema do abandono dos estudos e da evasão preocupa os educadores e responsáveis pelas políticas públicas. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a evasão atinge 6,9% no Ensino Fundamental e 10% no Ensino Médio (3,2 milhões de crianças e jovens, segundo dados de 2005). São mais 2,9 milhões (dados de 2007) que abandonam as aulas num ano e retornam no seguinte, engrossando outro índice preocupante: o da distorção idade e série.
Há muitos motivos que levam o aluno a deixar de estudar – a necessidade de entrar no mercado de trabalho, a falta de interesse pela escola, dificuldades de aprendizado que podem acontecer no percurso escolar, doenças crônicas, deficiências no transporte escolar, falta de incentivo dos pais, mudanças de endereço e outros. Para serem minimizados, alguns desses problemas dependem de ações do poder público. Outros, contudo, podem ser solucionados com iniciativas tomadas ao longo do ano pelos gestores escolares e suas equipes (veja as ilustrações desta reportagem), que têm a responsabilidade de assegurar as condições de ensino e aprendizagem – o que, obviamente, se perde quando a criança não vai à aula.
Além disso, como diz Maria Maura Gomes Barbosa, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac) e consultora de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, “o acompanhamento da frequência é necessário para que a escola possa atender com qualidade e equidade, planejar e organizar a formação e a atribuição das classes e organize as salas e para que o gestor tenha elementos para analisar adequadamente o movimento na instituição e o andamento do processo de ensino e aprendizagem dos alunos”.

Ilustração: Estudio Rabisco
Ilustrações: Estudio Rabisco

Também pode ser levado em consideração o impacto que o abandono e a evasão certamente provocam no orçamento de uma rede, já que a distribuição dos investimentos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é feita de acordo com o número de alunos que efetivamente estão matriculados e frequentam a escola.
O controle das ausências dos alunos gera benefícios muito além dos recursos financeiros às redes de Ensino. Isso porque, quando cada diretor age em sua escola e, depois, compartilha dados de evasão e abandono com os demais diretores, é possível tomar providências em conjunto. De acordo com Maura, “é preciso cuidar para que as medidas não sejam personalizadas e que os gestores contem com a orientação da Secretaria de Educação para atuar em rede”.

Ilustração: Estudio Rabisco
Ilustrações: Estudio Rabisco

Os procedimentos para o acompanhamento da frequência precisam estar contemplados no projeto político pedagógico da escola e na pauta de discussão com o corpo docente nas reuniões de planejamento. A primeira medida eficiente para que esse controle seja feito diariamente é a tradicional chamada, que os professores devem ser incentivados pelos gestores a fazer em todas as aulas. “Chamar os alunos pelo nome também é uma das formas de construir vínculos e dar identidade ao grupo”, afirma Maura. Para que isso aconteça, é preciso ter, desde o primeiro dia, planilhas completas com os nomes de todos os estudantes, preparadas com a ajuda da secretaria da escola – e essas precisam ser analisadas regularmente pela equipe gestora. Dessa forma, tem-se uma boa ferramenta para observar a rotatividade na escola, que está presente desde o começo do ano, e traçar estratégias para lidar com ela.
Também no primeiro semestre, o diretor realiza o Censo Escolar e preenche as tabelas com dados de aprovação, reprovação e movimento escolar solicitadas anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “Depois que essa tarefa termina”, aponta Maura, “é preciso continuar buscando medidas para acompanhar a presença dos estudantes, trabalhando sempre para conservar ou aumentar o número de crianças e jovens com acesso à Educação”.

Ilustração: Estudio Rabisco
Ilustrações: Estudio Rabisco

Nesse percurso, o diretor pode se deparar com problemas de origem pedagógica. Existem casos de crianças que deixam de ir à escola porque apresentam um desempenho ruim e há também aquelas que, no extremo oposto, evadem ou abandonam os estudos por não se sentirem desafiadas e estimuladas. Tais situações requerem a parceria com o coordenador pedagógico e, por vezes, a implantação de projetos de formação que auxiliem o professor a ensinar para todos.
A equipe gestora também pode se unir para lançar mão de conversas com a comunidade, cartazes, visitas às famílias e meios de comunicação disponíveis na cidade para dar um fim feliz às histórias de abandono e evasão. Todas essas são formas de chegar até as famílias do entorno e mostrar a elas que a escola se preocupa com os seus filhos. Se nenhuma dessas ações funcionar, ainda é possível recorrer ao Conselho Tutelar (que entra em contato com as famílias para garantir que os direitos de crianças e adolescentes sejam cumpridos) ou, em último caso, ao Ministério Público (que toma as medidas judiciais cabíveis).

fonte: Gestão Escolar

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

PRÊMIO: EDUCADORES DO BRASIL - Inscrições Prorrogadas até 28/09/2015


Uma Pátria Educadora se faz com educadores de verdade.

É consenso nacional a prioridade máxima que deve ser atribuída à educação pública básica. Assim, cumpre a nós, gestores educacionais, organizar a agenda e estabelecer estratégias e cronogramas de ações conjuntas para vencermos este desafio. A partir deste horizonte de desafios que UNDIME, CONSED e MEC, articulados, estabeleceram a Iniciativa Educadores do Brasil – uma ação com foco na meta 17 do PNE – valorização dos profissionais do magistério das redes públicas de educação básica – e também na redefinição do papel do diretor a partir da disseminação de boas práticas de gestão entre todas as escolas do Brasil. Essa iniciativa também alinha-se ao conceito de Pátria Educadora, que propõe o avanço na qualificação do ensino a partir de uma organização da cooperação federativa em educação.
Uma das mais importantes diretrizes das políticas públicas educacionais no Brasil é a sua elaboração e execução mediante a colaboração dos entes federados. A organização federativa da educação brasileira e a divisão de responsabilidades entre as diferentes instâncias supõem efetiva articulação e reunião de esforços com o objetivo de alcançar padrões de qualidade que atendam, com equidade, a todas as crianças, jovens e adultos como cidadãos, sujeitos de iguais direitos.

Com base nesses princípios está definida a legislação educacional no País. Seu cumprimento depende de ações de diversos tipos, que se efetivam, entre outras, nas políticas de organização dos sistemas de ensino; de oferta da educação escolar nos diferentes níveis e modalidades; de garantia de acesso e permanência ao longo da trajetória escolar; de financiamento e gestão de recursos financeiros; de alocação de recursos materiais e provimento de adequada infraestrutura e insumos didáticos e pedagógicos; e de valorização dos profissionais da educação.

Não é por acaso que, em vinte metas, o Plano reserva cinco metas voltadas para esses profissionais. São eles obviamente agentes estratégicos na concretização de uma educação de qualidade. É imperativo, portanto, que as políticas educacionais a eles assegurem o devido reconhecimento de sua relevância. Essas são as principais razões que fundamentam a decisão do Ministério da Educação e do Consed de integrar os Prêmios Professores do Brasil e Gestão Escolar. Essa ação se insere no âmbito da Iniciativa Educadores do Brasil, estabelecida pelo MEC, Consed e a Undime, com foco na meta 17 do PNE, de valorização de profissionais do magistério das redes públicas de educação básica e também na redefinição do papel do diretor a partir da disseminação de boas práticas de gestão entre todas as escolas do Brasil. Trata-se de mais uma proposta para promover o avanço na qualificação do ensino a partir de uma organização da cooperação federativa em educação.

Por que se inscrever?

O Prêmio Professores do Brasil, instiuído em 2005 pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), está em sua 9ª edição.
Para participar é preciso produzir um relato de experiência, evidenciando sua qualidade e resultados obtidos – como por exemplo: registro fotográfico ou vídeo de materiais didáticos produzidos ou das atividades realizadas com os alunos; estatisticas que demonstrem efevas melhoras nos indicadores educacionais de acesso, de permanência e de rendimento dos alunos envolvidos; argos e matérias publicadas em jornais, revistas e Internet.
Escrever sobre uma experiência vivida na sala de aula é uma forma de sistematizar e organizar o conhecimento produzido pelos professores. Então, os participantes desenvolvem um exercício de reflexão sobre a própria prática, promovendo o aprimoramento dos processos de ensino e aprendizagem.

Quem pode participar?

Todos os professores de escolas públicas da educação básica podem se inscrever enviando um relato do trabalho desenvolvido com uma turma de alunos.

Categorias de premiação

  1. Creche – Educação Infantil;
  2. Pré-escola – Educação Infantil;
  3. Ciclo de alfabetização: 1º, 2º e 3º anos - Anos iniciais do Ensino Fundamental;
  4. 4º e 5º anos - Anos Iniciais do Ensino Fundamental;
  5. 6º a 9º anos - Anos Finais do Ensino Fundamental;
  6. Ensino Médio

Premiação

Serão premiados 5(cinco) professores em cada uma das 6 (seis) categorias, totalizando 30 experiências selecionadas, cada uma com R$ 7.000,00.
  • Em cada categoria deverá ser premiado 1(um) professor por região geográfica do país.
  • Dentre os cinco professores premiados em cada categoria, um será selecionado para receber premiação extra de R$ 5.000,00 por categoria.
  • Dentre os trinta professores premiados, dois terão o direito de carregar a tocha no evento de Revezamento da Tocha Olímpica em 2016, tendo como critério de seleção a identificação de valores ligados ao espírito olímpico e/ou estímulo à prática de atividade física nas experiências pedagógicas, se houver.
  • As escolas nas quais foram desenvolvidas as 30 experiências selecionadas serão premiadas com placa comemorativa.

Por que se inscrever?

O Prêmio Gestão Escolar, realizado desde 1998 pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), estimula a melhoria da gestão das escolas públicas.
Ao fazer o cadastro, os diretores têm acesso a um instrumento de autoavaliação dos processos de gestão e a um roteiro para o planejamento de um plano de ação – a ser construído com a comunidade escolar.
Participar é um ganho para a comunidade escolar que pode utilizar as mesmas ferramentas para analisar a evolução dos processos de gestão.
O Prêmio busca reconhecer boas práticas, incentivar o aprimoramento dos processos de gestão e promover ações que possibilitem a troca de experiências entre gestores, multiplicando boas estratégias.

Quem pode participar?

Escolas do ensino regular da educação básica, das redes públicas estaduais/distrital e municipais, representadas pelo diretor, que realizem o processo de autoavaliação.

Premiação

Para as escolas "Destaque Local" e "Destaque Estadual" são concedidos certificados pelo site.
As cinco escolas finalistas e a vencedora, recebem o diploma de "Destaque Regional" e "Referência Brasil" respectivamente.
É concedida também premiação em dinheiro, de forma não cumulava:
  • R$ 6.000,00 para as escolas indicadas como "Destaque Estadual/Distrital";
  • R$ 10.000,00 para as escolas selecionadas como "Destaque Regional";
  • R$ 30.000,00 para a Escola classificada como "Referência Brasil".
O diretor da escola "Referência Brasil" receberá R$ 6.000.00.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Combinado para o uso do celular durante a aula

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Objetivo(s) 
  • Refletir sobre a necessidade das normas e os procedimentos de legitimação que devem propiciar ao sujeito o respeito por si próprio e pelo outro
  • Discutir o uso do celular em sala de aula
  • Vivenciar uma assembleia de classe
  • Criar coletivamente regras sobre o uso do celular em sala de aula
Conteúdo(s) 
  • Ambiente cooperativo
  • Criação de regras
Ano(s) 
Tempo estimado 
4 aulas
Material necessário 
  • Cartolina e caneta para a divulgação  do combinado (ou computador e impressora caso a turma prefira digitar o texto)

Obs: para a realização da assembleia as carteiras precisam ser dispostas em um círculo, para que todos possam se olhar
Este plano de aula está ligado à seguinte reportagem de VEJA:
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Introdução
O compromisso com a construção da autonomia pede uma prática educacional engajada com a compreensão do desenvolvimento do aluno e a aquisição do conhecimento. Para alcançar esse objetivo, segundo alguns estudos, é necessário uma educação que garanta a vivência da cooperação.

É preciso lembrar sempre que o papel do educador não é somente ensinar os conteúdos escolares, mas também dar condições para que os alunos aprendam. O desenvolvimento de cada um pode ser rápido ou lento, dependendo do ambiente. Por isso podemos dizer que a inteligência e o desenvolvimento socioafetivo de uma pessoa adulta dependem muito do que lhe foi oferecido durante sua formação, daí a necessidade de interagir com estímulos desafiadores. Considerando esses pontos, este plano de aula propõe uma reflexão coletiva sobre o uso do celular em sala de aula com as turmas do Ensino Médio. O objetivo é trabalhar as características de um ambiente escolar cooperativo e democrático, que seja favorável à autonomia intelectual e moral.
Comece propondo uma conversa sobre o uso do celular na escola, especialmente na sala de aula. A conversa precisa ser aberta para que os alunos se sintam à vontade para expor que pensam. Estimule os estudantes a apresentarem seus pontos de vista. Se a escola tem uma regra específica sobre isso, ou se há uma lei que proíbe o uso do aparelho (como no Estado de São Paulo), discuta o que pensam a respeito da regra e o porquê. Finalize pedindo que os adolescentes pesquisem como o Brasil e outros países lidam com o uso do celular na escola e peça que tragam os resultados das pesquisas para a próxima etapa.
2ª etapa 
A partir do material que os adolescentes trouxeram, organize grupos de quatro a cinco pessoas. Os alunos deverão compartilhar seus achados e organizar um texto. Cada grupo pode escolher a forma como achar mais conveniente socializar essa produção, inclusive via celular se eles assim preferirem. Após a escrita, peça que os alunos dividam suas impressões. Faça a mediação desse momento, mas sem emitir sua opinião ou fazer julgamentos. Esse é um momento de análise dos alunos.
3ª etapa 
Discuta com a turma o que é uma assembleia de classe (caso a escola não use esse recurso como uma prática). As assembleias destinam-se a um momento escolar organizado para que os membros da instituição discutam com o objetivo de melhorar a convivência e outros problemas vividos no lugar.

Lembre que o trabalho com as regras na escola é um aspecto pertinente a toda comunidade escolar, pois trata do bem estar de todos. A assembleia permite que os alunos participem em muitas situações da tomada de decisões e se sintam realmente parte desse ambiente. É preciso alguns cuidados ao discutir e criar as normas:
  • as regras não devem referir-se ao bem-estar de uma minoria, mas sim de uma maioria;
  • é preciso evitar regras de respeito unilateral (não combinar: respeitar o professor, os funcionários... e sim, respeitar as pessoas);
  • uma regra não pode ferir uma lei;
  • é importante ter a clareza que, quanto mais liberdade, mais responsabilidade se atribui aos alunos. 

Há quatro mecanismos que devem ser utilizados ao se discutir com o grupo os temas que precisam ser refletidos: pensar nas causas; pensar se as soluções atuam nas causas; analisar cada solução e verificar se os princípios são respeitados.
4ª etapa 
Chegou o momento de todos decidirem, em uma assembleia, sobre o uso de aparelhos celulares na sala de aula.

Eleja com a turma (de forma democrática) os alunos que coordenarão as discussões, sendo que um anota a ordem da palavra e o outro organiza a ata que sistematiza as reuniões. Você, professor, atua como mediador. Por isso, não esqueça de favorecer reflexões pautadas em princípios de justiça e equidade.

Ao final, é possível elaborar um cartaz ou mesmo digitalizar um texto com a ata, informando a comunidade escolar sobre como o tema foi discutido e quais regras foram propostas. As regras criadas precisam ser claras sobre, por exemplo, o momento que os celulares atrapalham o andamento de uma aula, quando odem ser utilizados como um recurso didático da própria aula e como os professores e alunos organizarão o uso do celular, entre outros itens.
Avaliação 
Peça aos estudantes que escrevam uma autoavaliação desta sequência didática. Você pode listar algumas perguntas, como:
  • De que maneira você participou das atividades?
  • Quais contribuições das discussões para sua compreensão do tema proposto?
  • A organização de regras sobre o uso do celular foi feita de forma democrática?
  • Você gostaria de sugerir temas para a próxima assembleia?

Quer saber mais?
A organização das regras e assembleias em sala de aula: obedecer à autoridade ou aos princípios? RAMOS, A.M.; WREGE, M.G.; VICENTIN, V.F. In: É possível superar a violência na escola? TOGNETTA, L.R.P.; VINHA, T.P.(orgs). São Paulo: Editora do Brasil, 2012.

Como a internet mudou a sala de aula?

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Objetivo(s) 
  • Discutir e avaliar os impactos das tecnologias de informação e comunicação na vida cotidiana
  • Apresentar aos alunos algumas das práticas utilizadas nas escolas antes do surgimento da internet
Conteúdo(s) 
  • Internet e novas tecnologias
  • Educação
Ano(s) 
Tempo estimado 
2 aulas
Material necessário 
  • Cópias da reportagem, “A teia se expande”  (Veja especial “Os 45 primeiros anos de Veja”, 25 de setembro de 2013, 2340)
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Introdução
Atualmente, é muito difícil imaginar o mundo sem a internet. Ainda que sua popularização seja um fenômeno relativamente recente, ela modificou as relações sociais e de aprendizado de forma significativa e duradoura. Por meio de uma conversa sobre algumas das práticas utilizadas por alunos e professores antes da massificação da internet, este plano de aula pretende discutir os impactos das tecnologias de informação e comunicação na vida cotidiana, especialmente em relação ao ambiente escolar.

Apresente o tema das aulas seguintes à turma: diga que vocês discutirão o impacto da internet sobre a vida das pessoas e, em especial, dos estudantes. Comece perguntando como eles imaginam que era a vida antes que a internet fosse inventada. Como as pessoas se comunicavam? Como faziam as pesquisas escolares? Quais atividades básicas de seu dia-a-dia hoje não poderiam ser feitas sem a rede?

Guie a conversa com o objetivo de verificar a familiaridade dos alunos com o tema e a frequência e intensidade de uso da internet. Pergunte se os alunos possuem perfil em redes sociais, se utilizam e-mail, ferramentas de bate-papo por texto ou com uso de som e vídeo. Procure saber também se eles utilizam a rede para realizar os trabalhos escolares ou estudar para provas.

2ª etapa 
Leia com a turma a reportagem de Veja “A teia se expande” (Veja Especial 45 Anos, setembro de 2013) e, em seguida, peça que os alunos descrevam como eles enxergam a evolução da internet: Em comparação aos serviços disponíveis em 1995, como eles descreveriam o avanço da internet? Quem possuía acesso à rede naquele tempo? Quais equipamentos eram necessários? Das tecnologias mencionadas na reportagem, quais ainda se mantêm? Quais são as novidades e serviços indispensáveis hoje? Como essas tecnologias afetam a vida de estudantes como eles?

Para demarcar mais claramente alguns dos impactos das tecnologias de informação e comunicação no caso das atividades escolares, monte um quadro na lousa. Liste algumas atividades relacionadas ao cotidiano dos jovens e peça ajuda para completa-lo com a maneira como elas são realizadas hoje e como eram no passado, como no exemplo abaixo.

Atividade Como é hoje Como era "antigamente"
Pesquisa de notícias Utilizando ferramentas de busca Recortes de jornais e revistas
Pesquisa para redação de trabalhos Wikipedia, blogs Enciclopédias, revistas especializadas
Material de apoio para apresentação de trabalhos "Power Point", vídeos Cartazes
Organização de trabalhos em grupo Redes sociais, e-mail, SMS Telefone, encontros em casa ou na escola
Redação de trabalhos e textos Processadores de texto (Word) Papel almaço, caneta e corretivo

3ª etapa 
Em formato expositivo, recapitule os temas e informações discutidos anteriormente, esclarecendo possíveis dúvidas e questionamentos que possam surgir. Ressalta a importância dos alunos refletirem sobre as mudanças que a internet provocou na vida das pessoas.

Um pouco de teoria: Pontos positivos e negativos da vida na era da informação
A internet e os equipamentos eletrônicos (computadores, tablets e smartphones) modificaram drasticamente nossa vida cotidiana. Por um lado, essas tecnologias democratizaram o acesso à informação, possibilitando o contato com diversos materiais e fontes de dados diferentes, muitos inacessíveis para a maioria até pouco tempo. Por outro lado, promovem e incentivam a autoexpressão e comunicação interpessoal, diminuindo a distância entre as pessoas e fazendo com que potencialmente todos possam produzir e distribuir conteúdo próprio, na forma de blogs, comentários em redes sociais ou vídeos para sites como o YouTube. Em resumo, a internet proporciona um acesso mais direto, praticamente sem intermediários, a um volume cada vez maior de informações. Nunca antes na história humana se produziu tanto conhecimento e se estabeleceram tantas relações de comunicação entre as pessoas.

Apesar de seu grande potencial de empoderamento das pessoas, a revolução da internet pode ter efeitos negativos que são muitas vezes ignorados. Em primeiro lugar, é preciso considerar ainda as desigualdades em termos do acesso: por exemplo, segundo a reportagem de Veja, atualmente 88 milhões de brasileiros possuem acesso à internet. Trata-se de um número significativo de pessoas, mas se considerarmos a população total do país (aproximadamente 200 milhões de pessoas, segundo estimativas recentes) trata-se de uma inserção ainda incompleta da tecnologia na vida das pessoas. Para essa massa de não-conectados, o telefone, a televisão e outros meios de comunicação mais tradicionais ainda são fundamentais. As oportunidades e facilidades prometidas pela internet ainda não atingem essas pessoas, o que pode causar um grande abismo, em termos de educação e qualificação profissional, entre eles e as pessoas que já estão familiarizadas com esse meio.

Além disso, a abundância e a intensidade de produção de novas informações na rede mundial de computadores vêm causando outro tipo de problema: diante de tanto conteúdo, torna-se muito difícil separar o que é mais relevante e se aprofundar em algum assunto ou discussão. Por conta da velocidade da internet, as novidades aparecem em ciclos cada vez mais rápidos, fazendo com que tenhamos que nos atualizar constantemente e, em muitos casos, nos forçando a priorizar informações curtas e de fácil assimilação. Ou seja, nos deparamos constantemente com um problema duplo de *seleção* dos conteúdos relevantes e de *falta de aprofundamento* nas discussões.
Por fim, esse fenômeno influencia também nossas relações pessoais. Somos cada vez mais dependentes da conectividade constante, intermediada por equipamentos e tecnologias eletrônicas, ao mesmo tempo em que nos tornamos cada vez menos dispostos e aptos para as interações interpessoais, diretas e ao vivo. A pesquisadora norte-americana Sherry Turkle já abordou esse fenômeno em seu livro Alone Together: Why We Expect More From Technology and Less From Each Other (384 págs., Basic Books, www.perseusbooksgroup.com, 16,99 doláres, sem tradução para o português). Para a autora, o excesso de interações e a distância emocional proporcionada por um e-mail ou mensagem de texto, na verdade tem nos tornado gradativamente mais frios e distantes uns dos outros, fazendo com que priorizemos as interações mediadas pelas tecnologias.
Todas essas questões são importantes e não podem ser ignoradas. Ainda que o potencial da internet seja gigantesco, seu uso e adoção possuem potenciais efeitos negativos, que precisam ser discutidos e devidamente abordados. Ou seja, para que o avanço da internet não seja apenas quantitativo, e para que ela cumpra sua promessa de emancipação humana, é preciso ter em vista também suas limitações e as formas para melhorá-la.

Discuta as ideias apresentadas com os alunos. Eles concordam com os pontos expostos? Alguma vez eles se depararam com os problemas e ressalvas apresentados? Essas questões são relevantes para as práticas cotidianas na sala de aula e para as atividades escolares? Na opinião deles, esse tipo de problema existia antes do surgimento da internet?

 

4ª etapa 
Apresente as situações abaixo e peça que os alunos as discutam em pequenos grupos, tendo em vista as informações abordadas durante os debates anteriores. As conclusões a que chegarem devem ser transcritas em um pequeno texto.
  1. Para um trabalho, um professor recomendou que os alunos realizassem uma pesquisa com a ajuda de computadores e internet. No entanto, alguns alunos da turma são de classes sociais mais baixas e não possuem acesso à internet. Como eles podem participar da atividade sem serem prejudicados?
  2. Ao realizarem a pesquisa sugerida pelo professor, com a ajuda de ferramentas de busca (como, por exemplo, o Google), os alunos se depararam com uma enorme quantidade de informações relacionadas ao tema. Infelizmente, eles não conseguem decidir quais as páginas relevantes para sua pesquisa e para os objetivos da atividade. Como eles podem selecionar o material adequado?
  3. Por fim, os alunos decidiram se encontrar por meio de conferência eletrônica (Skype, Google Hangouts, etc.) para preparar a apresentação do trabalho. No entanto, alguns deles parecem não se concentrarem na atividade em questão, realizando diversas outras atividades paralelamente (bate-papo, verificar e-mails, etc)., com a ajuda da internet. Como evitar essa distração?

Peça que os grupos apresentem as soluções pensadas aos colegas. Dê espaço para que cada solução seja discutida por toda a turma. Procure explorar tanto os aspectos positivos quanto os possíveis pontos negativos do uso da internet nas atividades escolares. O objetivo é fazer com que os alunos compreendam a importância das tecnologias, mas que estejam cientes de suas limitações.

Dê, ao final da discussão, um tempo para que os grupos revisem seus textos, se necessário, e recolha-os.
Avaliação 
Avalie o texto produzido pelos grupos e a participação de cada aluno nas aulas. Observe a capacidade de argumentação e o pensamento crítico sobre o uso das tecnologias.

Quer saber mais?
Alone Together: Why We Expect More From Technology and Less From Each Other* (Sherry Turkle, 384 págs., Basic Books, www.perseusbooksgroup.com, 16,99 doláres, sem tradução para o português).
Por que nos plugávamos tanto

Ajude a turma a ler anúncios de emprego em inglês

Publicado por 
Objetivo(s) 
  • Compreender anúncios de emprego publicados em língua inglesa em diferentes mídias
  • Desenvolver habilidade para o uso de vocabulário e estruturas gramaticais normalmente empregados no contexto de busca de ofertas de emprego
  • Desenvolver habilidades orais e escritas para responder a anúncios de emprego
Conteúdo(s) 
  • Características textuais e extratextuais de anúncios de emprego
  • Vocabulário específico
  • Leitura e compreensão de anúncios em inglês publicados no Brasil e no mundo
  • Resposta ao anúncio de emprego
Ano(s) 
Tempo estimado 
Quatro aulas
Material necessário 
  • Cópias de anúncios de empregos em português e inglês
  • Projetor de imagens para mostrar os anúncios
  • Video "Top 10 Job Interview questions", disponível no Youtube.
Conteúdo relacionado

Desenvolvimento 
1ª etapa 
Introdução
Anúncios de emprego publicados em inglês permitem praticar a leitura, escrita, compreensão e prática oral da língua. Este plano trabalha todas essas habilidades com diferentes propostas, relacionadas à busca por trabalho. A sequência didática também contempla o vocabulário ligado a profissões e termos relacionados à vagas de emprego, incluindo as abreviações mais comuns utilizadas nas publicações estrangeiras.

Os textos sugeridos abaixo são materiais autênticos disponíveis na internet. Eles têm caráter ilustrativo: você pode usá-los ou trocá-los, sem a necessidade de grandes alterações na sequência.

As aulas foram pensadas para alunos com conhecimento básico até pré-intermediário. Podem, porém, ser aplicadas para alunos de qualquer nível de habilidade de uso da língua inglesa, bastando, fazer pequenas adaptações nos exercícios ou aumentando o tempo e nível dedicado às discussões orais.
Inicie a aula introduzindo o tema com uma atividade de aquecimento e pré-leitura, que não deve durar mais de 15 minutos. Faça duas perguntas aos alunos:
- Where do we look to find a job?
- What sort of information do you expect to find in a job advertisement?

Projete ou distribua cópias para os alunos de um anúncio de emprego em português publicado em um jornal e um anúncio publicado na internet, com o objetivo de fazer com que o aluno se familiarize inicialmente com esse gênero textual.

Você pode usar o seguinte anúncio de jornal:
Plano de aula de Língua Estrangeira, Inglês. Anúncio de emprego.

Fonte: Jornal "O Estado de São Paulo", Caderno de Empregos. 16 de março de 2014.
Disponível na página de Classificados.

Use o anúncio online abaixo:
Fonte: Catho

Peça para os alunos observarem algumas características dos dois textos: o layout; o tipo de informações sobre as vagas; suas semelhanças e diferenças textuais e extratextuais. Se o conhecimento linguístico dos alunos for suficiente, toda a discussão poderá ser feita em inglês.

Antes da próxima etapa, veja quais palavras presentes nos textos em inglês podem ser difíceis para os alunos entenderem. Retome o significado das palavras essenciais para a compreensão.

Apresente abreviações comuns em anúncios de emprego. Também mostre à turma o vocabulário dos anúncios. Para isso, leve os alunos à sala de informática e apresente os exercícios 6 e 7 da lição "Get that job" disponível no site BBC Learning English. Caso não tenha computadores disponíveis, crie uma folha de atividades com os exercícios.
2ª etapa 
Para trabalhar a pré-leitura de anúncios de emprego, distribua aos alunos cópias de anúncios em inglês, peça que leiam rapidamente e verifiquem quais informações textuais e extratextuais são semelhantes às dos anúncios em português. Anote na lousa os pontos percebidos pelos estudantes. Monitore o tempo: essa atividade não deve levar mais do que cinco minutos.

Use os seguintes anúncios de jornal:


Fonte: Apply Pakistan

Anúncios online:


Fonte: Folha Online
Fonte: The New York Times
3ª etapa 
Peça para os alunos lerem os textos mais atentamente e completarem a tabela abaixo. Reforce que os alunos não devem traduzir os anúncios, mas buscar nele as informações específicas por meio de estratégias de leitura, como a procura pelos elementos extratextuais já trabalhados, inferência, palavras cognatas, etc.

Deixe que seu aluno perceba sozinho as diferenças entre os anúncios: alguns textos têm informações de sobra para preencher algumas células da tabela; em outros anúncios, falta informação.
Information Text 1 Text 2 Text 3 Text 4
Name of employer        
Position/job        
Education        
Experience        
Qualifications        
Part or full time/
Working hours:
       
Salary/Wages        
Form of application        
Contact information        
Deadline for
application
       




4ª etapa 
Peça que os estudantes analisem a tabela preenchida no exercício anterior e reflitam sobre os tipos de informação publicados nos anúncios. Faça perguntas em inglês sobre as diferenças entre os anúnicos publicados nos jornais e postados na internet. Enfoque as diferençasde conteúdos, tamanho do texto, formas de se candidatar aos anúncios etc.
Leve os estudantes a formar duplas ou grupos e pergunte sobre as diferenças culturais na elaboração dos anúncios em jornais e sites estrangeiros e brasileiros. Peça que destaquem as necessidades específicas de cada localidade (por exemplo, anúncios dos Estados Unidos não exigem que candidatos falem inglês). Explique que o objetivo não é avaliar qual anúncio é "melhor" ou "pior", fazendo julgamento de valores entre as culturas.

Depois que os alunos fizerem as reflexões, colha as respostas, corrija conceitos ou respostas incorretas e retome os pontos corretos. Você pode ressaltar os seguintes tópicos:

- Anúncios online costumam divulgar o salário, diferente dos anúncios em jornais - independente da língua;
- Anúncios brasileiros tornam mais visíveis os benefícios que o funcionário receberá, enquanto anúncios em inglês concentram-se nas exigências aos candidatos. Relacione isso ao fato de os benefícios constituírem uma parte importante da remuneração no Brasil, ao passo que alguns benefícios são quase inexistentes em muitos países de língua inglesa ;
- Apenas um anúncio traz o número de telefone, sugerindo que selecionadores dos dois países privilegiam meios eletrônicos (cadastro de currículo e e-mail).

A 4ª etapa deve durar de 50 a 60 minutos. Caso seu tempo seja menor, trabalhe com dois ou três textos, ao invés de quatro.
5ª etapa 
Peça para que o aluno escolha um dos empregos dos anúncios em inglês e complete uma Application ou Ficha de Cadastro e Solicitação de Emprego. Use o modelo disponível no site Sample Words.
6ª etapa 
Para exercitar a compreensão oral, apresente aos alunos uma lista de perguntas comumente utilizadas em entrevistas de emprego. Use o vídeo Top 10 Job Interview Questions - The Most Common Job Interview Questions You NEED to be Prepared For , disponível no Youtube, que tem legendas em inglês.
Se não possuir monitor para exibir o vídeo para a turma, apresente você mesmo as perguntas e instruções de resposta ou peça que os alunos assistam ao vídeo em casa.

Entregue uma lista com as 10 questões ou peça que eles as transcrevam. Em seguida, pratique a pronúncia das perguntas. Ressalte que o vídeo aponta as respostas ideais de maneira pouco específica porque ele foi feito para falantes nativos. Reforce que não é necessário compreender integralmente todas as palavras para conseguir se comunicar em inglês, mas sim ter uma ideia do assunto geral e habituar-se à sonoridade da língua e ao seu uso em contexto reais.
7ª etapa 
Proponha que dois alunos simulem uma pequena entrevista de emprego, desempenhando os papeis de entrevistador e candidato. Os alunos podem criar perguntas com seu conhecimento prévio ou basear-se no vídeo anterior.

Verifique a pronúncia das perguntas antes da entrevista. Acompanhe o desenvolvimento da tarefa, oferecendo ajuda, corrigindo pronúncias, etc.
Avaliação 
Avalie os estudantes durante o processo. Durante todas as atividades, circule pela sala para prestar assistência. Observe se o aluno empenhou-se nas atividades propostas ou se apenas apresentou uma postura passiva. Na terceira etapa, peça para os alunos preencherem o quadro em português e com suas próprias palavras. Analise, assim, se o aluno compreendeu o que estava fazendo, e não apenas copiou as palavras.

sábado, 30 de maio de 2015

ENEM 2015 - ACOMPANHE A INSCRIÇÃO

Enem 2015 - Passo a passo > Acompanhe a Inscrição

ACOMPANHE A INSCRIÇÃO

Na página inicial do sistema de inscrição do Enem 2015, na opção “Página do participante”, você poderá consultar a situação de sua inscrição, gerar o boleto para pagamento da taxa de inscrição, alterar dados cadastrados e o município de prova.
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Para acompanhar sua inscrição, preencha o seu CPF e a senha cadastrada no momento da inscrição.
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Confira os dados que foram cadastrados no momento da inscrição.
Atenção! As alterações cadastrais somente poderão ser realizadas durante o período de inscrição no Enem.
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ENEM 2015 - CONFIRMAÇÃO DE INSCRIÇÃO

Enem 2015 - Passo a passo > Confirmação da Inscrição

CONFIRMAÇÃO DA INSCRIÇÃO


Esta página indica que a inscrição foi concluída com sucesso. Para que ela seja confirmada, no entanto, é preciso efetuar o pagamento da taxa de inscrição dentro do prazo estabelecido em edital. Recomenda-se que seja impressa e guardada.
Ao final do formulário, é possível imprimir a GRU para fazer o pagamento da taxa de inscrição, cujo valor é R$ 63, ou solicitar a isenção da taxa.
A taxa deverá ser paga até as 21h59, horário oficial de Brasília, do dia 10 de junho de 2015, sob pena de não ser confirmada.
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ENEM 2015 - DADOS SOCIO-ECONÔMICOS

Enem 2015 - Passo a passo > Dados Socioeconômicos

DADOS SOCIOECONÔMICOS


O questionário socioeconômico do Enem deverá ser respondido atentamente. Todas as questões são obrigatórias. Não há respostas certas ou erradas. As informações obtidas com esse questionário serão utilizadas para a elaboração de estatísticas e de estudos sobre a educação brasileira. As informações serão mantidas sob sigilo.
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ENEM 2015 - SITUAÇÃO ESCOLAR

Enem 2015 - Passo a passo > Situação Escolar

Situação Escolar


a) Situação de conclusão do ensino médio:
Você deverá observar atentamente as opções de “Situação de conclusão do ensino médio” e selecionar a opção que melhor representa sua condição.
Ao assinalar cada opção, você encontrará novas opções para preenchimento.
b) Concluintes em 2015
Caso esteja cursando o ensino médio e tenha a previsão de concluir a etapa em 2015, ao indicar essa opção no formulário, você deve selecionar o tipo de escola, a modalidade e a série em que estuda. Além disso, você deve informar se pretende utilizar as notas do Enem para solicitar certificação do ensino médio ou não. Na sequência, pesquise sua escola na lista apresentada.
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Importante! Se estiver matriculado em uma escola no exterior, indique a opção “Exterior”.
c) Certificação
Somente poderá solicitar certificação do ensino médio o participante que ainda não concluiu a etapa e que, no primeiro dia de realização das provas, tenha completado 18 anos. Se você deseja solicitar a certificação de conclusão do ensino médio, deve indicar em qual instituição deseja obter a certificação. Uma lista com as instituições certificadoras possíveis aparecerá.
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d) Confirmação
Confira as informações prestadas sobre a conclusão do ensino médio e as opções para certificação (quando for o caso). Confirme os dados antes de continuar.

ENEM 2015 - RECURSOS E OPÇÕES

Enem 2015 - Passo a passo > Recursos e Opções

RECURSOS E OPÇÕES

Se você for portador de alguma deficiência ou necessidade de atendimento específico (porque está gestante ou estuda em classe hospitalar, por exemplo), você deve assinalar a alternativa “sim” da pergunta correspondente. É importante lembrar que o participante deve dispor de laudo médico que comprove a deficiência ou a condição que motiva a solicitação de atendimento específico ou especializado. Caso as informações não sejam corretas e fidedignas, o candidato pode ser eliminado do exame. O documento pode ser solicitado a qualquer tempo.
a) Atendimento especializado
Se você marcar a alternativa "sim", uma lista de deficiências ou condições especiais será apresentada e você deve assinalar aquela que o motiva a solicitar o atendimento especializado. Além disso, é preciso confirmar a declaração obrigatória de deficiência.
IMPORTANTE!
O tradutor-intérprete de LIBRAS somente deve auxiliar na compreensão de textos escritos, não podendo traduzir integralmente o exame.
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b) Atendimento específico
Se você marcar alternativa "sim", indique o motivo para solicitar o atendimento específico.
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Atenção!
Ao indicar a opção “Estudante em situação de classe hospitalar”, você deverá confirmar a seguinte informação:
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Ao indicar a opção “Guardador de sábado por motivo religioso”, você terá horário específico para fazer a prova no sábado (24 de outubro de 2014). Para tanto, você deverá comparecer ao seu local de realização de provas no mesmo horário dos demais participantes, às 12h (horário oficial de Brasília-DF), e aguardar em sala para iniciar as provas nos horários estabelecidos no subitem 10.4.1 do edital.
O participante que marcar essa opção deverá aguardar, na sala de aplicação, para iniciar as provas do primeiro dia às 19h, horário oficial de Brasília. O guardadores de sábado inscritos para fazer as provas nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima deverão aguardar, na sala de aplicação, para começar as provas do primeiro dia até as 19h, horário local.
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c) Recursos
Somente após o preenchimento das deficiências e condições que motivam as solicitações de atendimento especializado e/ou específico, os campos com as opções de recursos disponíveis serão apresentados. Você deve marcar aqueles que necessita:
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Atenção!
Se você não precisa de auxílio ou recurso para realizar as provas do Enem, marque a opção “Não necessito de nenhum recurso”.
d) Confirmação de dados
O sistema apresentará todas as informações prestadas por você, incluindo os atendimentos solicitados. Leia atentamente o formulário antes de dar continuidade ao próximo passo e, se preciso, faça correções.
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e) Língua estrangeira
Você deve optar por inglês ou espanhol para a prova de língua estrangeira.
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f) Local de prova
Indique a Unidade da Federação e o município em que pretende realizar as provas.
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Caso seja necessário, é possível alterar o estado e o município de realização da prova durante o período de inscrição.
g) Confirmação
Confira, antes de confirmar, se o idioma e o local de provas escolhidos estão corretos.
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ENEM 215 - SENHA

SENHA

a) Cadastro de senha
Para criar uma senha de acesso, você pode utilizar apenas letras e números, com diferenciação entre maiúsculas e minúsculas. Guarde bem sua senha! Com ela, você poderá acompanhar o andamento da inscrição e os seus resultados no exame. Esta senha também será utilizada na inscrição do Sisu e do Prouni.
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Importante! Crie uma senha de fácil memorização.
b) Pergunta de segurança
Cadastre uma pergunta de segurança da qual somente você saberá a resposta. Esse cadastro é importante para proteger suas informações de acessos não autorizados. Ao cadastrar a pergunta, a alteração de dados pessoais para a recuperação de senha só pode ser feita a partir da resposta à pergunta.

ENEM 2015- Informações Pessoais

Enem 2015 - Passo a passo > Informações Pessoais

INFORMAÇÕES PESSOAIS

a) Inscrição 2015
Para iniciar sua inscrição, informe seu CPF e a sua data de nascimento. Depois, escolha a imagem correta para a afirmação. Para prosseguir, preencha todos os campos obrigatórios.
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b) Dados pessoais
As informações cadastradas junto ao seu CPF serão automaticamente preenchidas, a partir dos dados fornecidos pela Receita Federal. O único dado que pode ser alterado é o sexo. Caso seu nome, o nome da sua mãe ou sua data de nascimento estejam incorretos, você deve procurar a Receita Federal para corrigi-las no seu cadastro antes do término do período de inscrição.

Preencha os demais dados de acordo com o solicitado, pois são campos obrigatórios.
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c) Endereço
Informe o CEP de sua residência. O sistema buscará o endereço na base dos Correios. Verifique e complemente as informações. No campo “Complemento”, você pode informar, bloco, número de apartamento ou casa. Você pode buscar o CEP no site dos Correios, clicando em "Consulte seu CEP".
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d) Contato
É importante manter os números de telefone e o endereço de e-mail para contato atualizados, porque esses são os canais de comunicação oficiais para o Enem. Informe, pelo menos, um contato telefônico (fixo ou celular).
Atenção! É preciso cadastrar um endereço de email ou um telefone celular para receber uma nova senha, caso necessite recuperá-la.
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ENEM 2015 - Dicas

DICAS

a) Inscrição
Fique atento ao período de inscrições. Você pode se inscrever no Enem 2015, exclusivamente pela internet, entre as 10h do dia 25 de maio de 2015 às 23h59 do dia 5 de junho de 2015.

Leia o edital com atenção e preencha todos os campos solicitados de forma precisa. Lembre-se que a responsabilidade pelas informações é dos participantes.
Mantenha seus dados de contato (email e telefone) atualizados. O Inep poderá enviar informações importantes sobre o exame e as comunicações são feitas pelos contatos informados na inscrição.
Qualquer alteração nos dados cadastrais, opção de cidade de provas ou de língua estrangeira serão permitidas apenas durante o período de inscrição.
b) Cartão de confirmação
O cartão de confirmação de inscrição estará disponível para impressão na página do participante.
No cartão de confirmação, estão contidas as seguintes informações:
- número de inscrição;
- data; hora; local de realização das provas;
- indicação do(s) atendimento(s) especializado(s) e/ou do(s) atendimento(s) específico(s), se for o caso;
- opção de língua estrangeira; e
- solicitação de certificação, se for o caso.
Para obter o cartão, o participante deve acessar o endereço eletrônico enem.inep.gov.br/participante. É preciso informar CPF e senha.
c) Como são as provas
O Enem é composto por quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação.
Confira os dias da prova:
24 de outubro de 2015 (sábado)
- Ciências Humanas e suas Tecnologias; e
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
Tempo para a prova: 4h30
25 de outubro de 2015 (domingo)
- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
- Redação; e
- Matemática e suas Tecnologias.
Tempo para a prova: 5h30
d) No dia da prova
Os portões de acesso abrem às 12h e fecham às 13h, horário de Brasília. Recomenda-se que todos os participantes cheguem ao local de prova até as 12h (horário oficial de Brasília), já que será proibida a entrada após o fechamento dos portões.
Nesta edição, haverá uma importante mudança na aplicação. Depois que os portões fecharem, às 13h, uma série de procedimentos de segurança serão realizados e as provas só terão início às 13h30.
IMPORTANTE!
- Verifique com antecedência, na página do participante, a validação da inscrição e o local de realização das provas.
- Faça o trajeto até o local com antecedência e evite atrasos no dia da aplicação.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

10 conteúdos indispensáveis à formação do coordenador pedagógico

Além de aumentar a oferta de formação continuada para os coordenadores pedagógicos, deve-se investir na qualidade dos conteúdos

1 Identidade profissional
Para acertar o foco, ele precisa entender sua função na escola. Eliane Bruno lembra de um programa de formação da qual participou em que, por sua importância, um semestre era dedicado ao tema: "Induzíamos a uma reflexão sobre as atribuições do coordenador usando leituras de experiências práticas e promovendo um diálogo com a teoria." Para ela, a troca de experiência entre os pares nos encontros ajudou a atingir a meta.

2 Concepção de formação
Se essa é a essência do trabalho da coordenação pedagógica, quem a exerce tem de ter consciência de que não basta encaminhar os docentes para cursos da Secretaria ou repassar programas prontos. O trabalho do dia a dia deve incluir o monitoramento constante das práticas em sala de aula. "A melhor forma de disseminar a ideia é debatê-la em encontros periódicos com profissionais da rede", diz Cybele.

3 Relações interpessoais
Para ser articulador e formador, ele deve saber se relacionar bem. Só assim conseguirá observar a aula sem parecer um fiscal intrometido, apresentar críticas sem despertar raiva e integrar um professor novato. Para desenvolver a habilidade, é possível usar diferentes linguagens, como filmes e literatura, para aguçar a percepção e as capacidades de observação e de escuta. Pode-se recorrer à memória, induzindo cada um a lembrar vivências da sua trajetória e compartilhá-las com os colegas.

4 Liderança e condução de grupo
O líder pedagógico tem de ter competência para conduzir a equipe em reuniões de trabalho, conquistando a adesão de pessoas. Quem pensa não ter essa habilidade pode aprender. Há diferentes estilos de liderança e conhecê-los é a forma de buscar identificação com um e adotá-lo. E vale incluir na formação do coordenador o estudo de teorias e técnicas sobre o funcionamento de grupos - para saber, por exemplo, como alguém de personalidade marcante influencia os demais.

5 Planejamento
Elaborar uma pauta produtiva para os horários de trabalho coletivo e para reuniões setorizadas, orientar os professores a planejar as aulas, o semestre e o ano e criar estratégias para melhorar o trabalho em sala de aula. O coordenador aprenderá tudo isso se contar com uma orientação técnica contínua, que funcione nos moldes de uma tutoria. No dia a dia, o supervisor pode fornecer conhecimentos gerais sobre planejamento e apresentar bons modelos.

6 Estratégias de avaliação
Para ajudar os docentes a aprimorar o trabalho, o coordenador precisa saber observá-los em aula, analisando o conhecimento do conteúdo, a forma como ele é ensinado e as interações. A supervisão em serviço, como uma tutoria, é a melhor forma de fornecer parâmetros para ele criar suas ferramentas de acompanhamento.

7 Instrumentos metodológicos
Alguns documentos são essenciais para o líder da equipe docente. Explicar quais são eles e como guardá-los é indispensável quando se deseja um coordenador competente. Os planejamentos dos docentes, por exemplo, dão pistas sobre as necessidades de ensino que precisam ser supridas e devem ser arquivados, assim como o portfólio de cada turma, com relatos, fotos, produções dos alunos, registro de dúvidas e notas sobre avanços, que ajuda a avaliar a evolução de uma classe. Tudo isso pode ser arquivado por data ou tema. A Secretaria de Educação pode organizar seminários sobre o tema, mas é fundamental que os supervisores técnicos detectem as deficiências particulares no uso dessas ferramentas.

8 Conhecimentos didáticos
Só conhecendo as peculiaridades das diferentes fases de desenvolvimento da criança e do adolescente e a forma como se aprende em cada uma delas o coordenador é capaz de avaliar se os métodos usados em sala de aula são apropriados. Ele precisa ainda ter clareza sobre os mecanismos de assimilação dos adultos, pois conduz os docentes em um processo dinâmico, no qual eles ensinam e aprendem ao mesmo tempo. Seminários temáticos aumentam a bagagem teórica na área. Mas é a orientação contínua que permite identificar falhas e corrigi-las.

9 Tematização da prática
Consiste na reflexão, à luz de teorias, sobre boas práticas em sala de aula - em geral, gravadas em vídeo. O objetivo é que o docente aprenda vendo modelos, pensando sobre eles e discutindo-os. Cabe ao coordenador fornecer a base teórica e indicar como aquele exemplo pode ser usado em sala. Para evitar constrangimentos, recomenda-se que o coordenador comece a implantar a estratégia usando gravações feitas fora da escola para só depois fazê-las com um docente da equipe com uma atividade anteriormente planejada em grupo. As instruções gerais podem ser fornecidas em um workshop com os profissionais de toda a rede, mas cada coordenador precisará de uma supervisão individualizada para implantar a estratégia formativa em sua rotina.

10 Troca de experiências
Se um professor fez um projeto de sucesso, outros docentes devem conhecer o trabalho. Portanto, o coordenador precisa saber documentar, sistematizar e compartilhar experiências. Isso pode ser feito na escola, com a criação de um arquivo de boas práticas aberto a consultas, ou na internet, com a organização de uma rede colaborativa, da qual docentes de outras escolas podem participar. De novo, poderá aprender a fazer isso com uma orientação individualizada.

 fonte: Revista Nova Escola

quinta-feira, 26 de março de 2015

37ª Olimpíada Brasileira de Matemática – OBM

A Olimpíada Brasileira de Matemática – OBM, iniciou, nesta segunda-feira (23), a distribuição do material de divulgação de sua 37ª edição. 

O material enviado às escolas inclui cartazes, um informativo contendo as instruções necessárias para realizar a inscrição na competição e dois exemplares da Revista EurekaNº 38.

As escolas que participaram da OBM,  em 2014, receberão o material de divulgação enviado pelos Correios. A previsão é de que a entrega seja concluída durante o mês de abril. Escolas que não participaram em anos anteriores e que desejem ter acesso ao material poderão acessar o site da OBM e obter a versão digital sem custo.

Criada em 1979, a Olimpíada Brasileira de Matemática conta atualmente com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério de Educação (MEC) por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT-Mat).

Período de inscrições e regulamento para escolas
2 de abril a 31 de maio de 2015 (apenas no Site www.obm.org.br )

segunda-feira, 16 de março de 2015

Especial Ensino Médio Uma nova divisão curricular, a mudança no foco da aprendizagem e o exame de avaliação garantem a professores e alunos da última fase da Educação Básica uma autonomia inédita

Aluno novo, escola idem

Ensinar por competências significa entender que o mundo mudou e as aulas precisam dar conta disso

Como sintetizar em oito páginas de revista uma reforma educacional que envolveu centenas de pessoas e instituições e gerou mais de mil páginas de documentos, discussões acaloradas em congressos, seminários e simpósios — e ainda está dando seus primeiros passos? É preciso pesquisar documentos, consultar especialistas, transcrever entrevistas e analisar estatísticas. Isso é só o começo. Depois de criar um percurso, algumas hipóteses são abandonadas e outras, privilegiadas. Mas ainda é pouco. O repórter deve mesclar o que já aprendeu em outros trabalhos com aquilo que é específico deste e definir um plano para sair do labirinto de informações, números e conceitos com um produto final.

A metáfora acima é esclarecedora da própria reforma do Ensino Médio. Os 8,2 milhões de brasileiros que freqüentam as 19456 escolas — e também os professores desses jovens — estão diante de um enorme contingente de informações, com a responsabilidade de dar sentido a elas e construir um novo futuro. Tudo porque o mundo vem mudando radicalmente nas últimas décadas. As relações produtivas se transformaram e exige-se hoje uma mão-de-obra cada vez mais qualificada, que saiba identificar o que é realmente relevante para o trabalho — qualquer trabalho. Flexibilidade, articulação, autonomia de pensamento e ação, capacidade de integrar conhecimentos vindos de várias áreas fazem parte de um conjunto de habilidades supervalorizadas.

"Precisamos de gente que pense, tome iniciativas, expresse pensamentos e idéias, saiba ouvir o outro e trabalhar em grupo." Foi assim que um empresário resumiu, numa recente reunião no Conselho Nacional de Educação, o que o departamento de recursos humanos de sua companhia persegue. E a escola tem tudo a ver com isso. Acabou-se o tempo em que só um ensinava e vários aprendiam, sempre a mesma coisa do mesmo jeito. É hora de formar pessoas completas, jovens capazes de viver a própria vida por inteiro. O desafio está colocado. Sai a "linha de montagem" (ancorada nos livros didáticos), entra em cena uma rede de relações (baseada no conceito de competências). Em vez de especialistas em conteúdos, precisamos de pessoas compromissadas com a idéia de que todos aprendemos sem parar. O que vale é saber como enfrentar os problemas — e superá-los, em casa, no trabalho, no mundo.

Esses são os alicerces da reforma do Ensino Médio, em vigor desde 1998. O principal deles é o ensino por competências. "Uma competência é mais do que um conhecimento", afirma Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores da matriz do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. "Ela pode ser explicada como um saber que se traduz na tomada de decisões, na capacidade de avaliar e julgar." Ao contrário do que muita gente pode pensar, esse saber articulado ao fazer não é um modismo, garante ele. "A evolução da tecnologia é definitiva e, infelizmente, mais exclui do que inclui. Quem não sabe operar um computador, dificilmente consegue emprego", exemplifica.

Dois rios paralelos

A mudança no cenário das relações de trabalho encontrou o Ensino Médio brasileiro em meio a uma histórica crise de identidade. Ele nasceu vinculado ao Ensino Superior e, como um afluente, só servia para conduzir seus (poucos) navegantes ao leito principal das faculdades. Em outras palavras, tinha caráter exclusivamente preparatório, que os especialistas chamam de propedêutico. Havia, sim, uma alternativa: o ensino profissionalizante, voltado para os mais pobres. Desse segundo afluente (um pequeno córrego, se comparado ao total da população jovem) fazem parte as escolas técnicas federais e o chamado "sistema S" (Senai, Senar e Senac). O problema é que as duas linhas d’água nunca se encontravam — aliás, reproduzindo nosso trágico abismo social.

Até 1931, quando passou a ter existência formal autônoma, o Ensino Médio não era sequer condição necessária para o ingresso numa faculdade. Na época, bastava fazer um curso preparatório, inclusive em casa. Desde então, foi uma reforma a cada dez anos, em média. Algumas desastrosas, como a de 1971, que impôs a profissionalização obrigatória e causou transtornos profundos, principalmente na rede pública.

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, começou a pôr fim a esse caráter dualista. O Ensino Médio deixou de ser um apêndice do Ensino Superior e juntou-se ao Ensino Fundamental e à Educação Infantil para formar a Educação Básica. "É uma mudança considerável e histórica", atesta Carlos Jamil Cury, professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais e presidente da Câmara Básica do Conselho Nacional de Educação. "Histórica porque cria uma identidade para o que antes era um trampolim; considerável porque, ao adotar a flexibilidade, a LDB dá condições para que, a médio e longo prazo, as escolas construam ‘edifícios diversificados’ sobre uma base comum".

Essa fabulosa possibilidade consolidou-se em 1998, com a reforma do sistema, expressa na forma de diretrizes e parâmetros curriculares. As diretrizes propõem, juntamente com a flexibilidade e a autonomia dadas às escolas para definir um projeto pedagógico e o currículo propriamente dito, dois conceitos essenciais: a interdisciplinaridade e a contextualização. Em cima desses dois pilares podem ser erguidos os "edifícios diversificados". Em outras palavras, cada grupo de professores tem liberdade para adaptar os conteúdos ao contexto social, geográfico e econômico do colégio. O mesmo vale para a integração entre as disciplinas — que deve ser feita de acordo com o perfil dos estudantes.

É fácil fazer isso? Definitivamente não. "Os professores têm décadas de experiência no que chamo de atuação disciplinar, tanto na condição de alunos como na de mestres", sintetiza Nilson José Machado, da Faculdade de Educação da USP. "É compreensível que muitos tenham resistência a trabalhar de forma interdisciplinar." O mesmo vale para a noção de competência. "Não só ela não está bem absorvida como também as possibilidades que oferece para a prática de ensino ainda são pouco conhecidas."

A vez do noturno

Na prática, é necessário reinventar a escola. Em apenas cinco anos, o número de matrículas no Ensino Médio cresceu 57,3%, de 5,2 milhões para quase 8,2 milhões. Sim, temos hoje 3 milhões a mais de jovens estudando. E dois terços do total em escolas públicas (leia mais no quadro abaixo). O aumento no total de estudantes decorre de dois fatores principais: a expansão do Ensino Fundamental, com mais gente concluindo os oito anos de escolaridade, e o grande volume de pessoas que, já trabalhando, volta à sala de aula em busca de formação e qualificação para garantir um emprego melhor — e um futuro idem. Por essa razão, é cada vez maior a oferta de turmas no horário noturno, que já responde por 51,3% das vagas existentes.

Infra-estrutura a serviço da aprendizagem

Veja quantos alunos têm acesso a biblioteca, laboratórios e quadras na escola (nas redes pública e particular)




Infográfico: Beto Uechi

Esse aluno, que precisa trabalhar e estudar ao mesmo tempo, tem um projeto de vida muito mais complexo do que aquele que vive protegido por sua família e, tradicionalmente, era a clientela do Ensino Médio", analisa Guiomar Namo de Mello, relatora das Diretrizes Curriculares Nacionais e diretora executiva da Fundação Victor Civita, que edita NOVA ESCOLA. Dono de uma autonomia conquistada a duras penas e, não raro, humilhações, ele possui relações de trabalho, familiares (muitos têm filhos) e sociais diferenciadas. Por isso, não quer nem pensar na possibilidade de falhar nos estudos novamente. "Na verdade, esse jovem conhece na prática a noção de competência, pois precisa exercitar habilidades para continuar empregado", completa Alcyone Saliba, secretária de Educação do Paraná. Não é à toa que, no Estado, os professores sejam incentivados a transformar a experiência profissional da turma em atividades curriculares.

Neste especial, você vai conhecer um pouco mais sobre as cinco competências básicas que se espera que o aluno tenha ao terminar o Ensino Médio. E verá, se ainda não descobriu, como elas estão mais próximas da sala de aula do que parece à primeira vista.

Como trabalhar por competências

O caminho ideal para desenvolver os cinco pilares básicos previstos no Enem são os projetos didáticos

O ensino por competências é apenas a ponta mais visível de uma mudança radical de conceito. Esqueça a história de que ir à escola é dever de toda criança e que lá ela vai encontrar um professor pronto a lhe ensinar conteúdos pré-definidos. O que vale agora é o direito que todo cidadão tem de aprender. E por aprender entenda-se não só o currículo, mas a capacidade de construir a própria vida, relacionar-se com a família, os amigos, os colegas de trabalho. A competência é o que o aluno aprende. Não o que você ensina.

É por isso que os projetos didáticos ganham força nesse cenário. Pense em qualquer tipo de projeto: reciclagem, jornal escolar, criação coletiva de um livro, campanha de saúde etc. Todos exigem trabalho coletivo, planejamento das etapas, pesquisa em várias fontes, capacidade de síntese e diferentes técnicas de apresentação. Ou seja, uma oportunidade para desenvolver diversas competências. "É a melhor forma de desconstruir a cultura antiga, pois não dá para trabalhar assim só com uma disciplina", analisa Carlos Jamil Cury, do Conselho Nacional de Educação. Segundo ele, um bom jeito de começar a mudar é, no início, tocar um projeto por semestre. Em seguida, dois. Mais tarde, três. "Sem pressa fica mais fácil criar uma cultura."

O fórum De Escola Para Escola, do Ministério da Educação, reúne experiências desse tipo. "Selecionamos trabalhos que partem de situações reais, sempre envolvendo professores de diferentes disciplinas", explica a diretora de Ensino Médio do ministério, Maria Beatriz Gomes da Silva. Sofre mais para absorver o novo conceito quem trabalha só com o livro didático, acredita Eny Maia, secretária municipal de Educação de São Paulo e coordenadora dos PCN do Ensino Médio. Segundo ela, "ele impede que o professor pare para refletir sobre os conceitos básicos da disciplina e, conseqüentemente, sobre que competências precisa desenvolver nos alunos". Vire a página e explore as possibilidades abertas para quem quer ensinar usando as cinco competências avaliadas todo ano pelo Enem.

São muitas as linguagens

Ler o mundo significa mais do que ser capaz de ler um texto. É necessário aprender outras linguagens além da escrita. Gráficos, estatísticas, desenhos geométricos, pinturas, desenhos e outras manifestações artísticas, as ciências, as formas de expressão formais e coloquais — tudo deve ser lido e tem códigos e símbolos específicos de decifração. Quando um aluno está diante de um problema matemático, precisa ser capaz de interpretar a pergunta para entender que tipo de resposta é esperada. Idem para quem busca extrair conclusões de uma tabela de censo demográfico. Se o professor pede para escrever cartas a destinatários diferentes, o estudante tem de escolher o estilo e o vocabulário adequados a cada situação.

Viu como ler o mundo é mesmo fascinante? Essa competência está associada a diversas atividades muito comuns na escola. Atividades que envolvam a leitura de jornais permitem desenvolver na turma as habilidades de ler estatísticas, separar a informação da opinião, usar as informações contidas em tabelas para escrever um texto dissertativo...

No campo das manifestações culturais, não é preciso ser artista para saber que o cinema, a música e a dança exploram linguagens específicas. Compreendê-las é o primeiro passo para estabelecer relações com o contexto histórico, identificar outras obras com as quais estabelecem diálogo e a que tipo de tradição se filiam, entre tantas inferências possíveis.

O filósofo John Stuart Mill disse certa vez que "o grande problema da vida é fazer inferências". É exatamente dessa capacidade de articular informações para concluir um raciocínio ou deduzir um resultado que trata esta competência, a do domínio das linguagens.

Competência 1

Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica.

Algumas habilidades:

1) ler e interpretar textos escritos na língua materna;

2) dominar elementos gráficos e geométricos, conseguindo interpretar dados;

3) identificar padrões comuns nos processos que garantem a evolução dos seres vivos;

4) reconhecer os códigos da linguagem artística e suas relações com o contexto histórico;

5) produzir textos orais e escritos para diferentes contextos e interlocutores.

Compreender fenômenos

A teoria da seleção natural das espécies não nasceu do nada na cabeça do naturalista Charles Darwin. Da mesma forma, não basta ler esse conceito num livro didático para compreendê-lo. Só criando pontes entre aquilo que Darwin observou em suas viagens, as pesquisas que realizou e o que se acreditava na época em que ele vivia conseguimos alcançar suas idéias e perceber o abalo que elas provocaram. O mesmo se dá na hora de resolver um problema matemático. É essencial usar conceitos para entender as reais aplicações da Matemática no mundo — não usar a realidade para fazer a turma decorar os conceitos.

Nilson José Machado, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, destaca que o professor não pode perder de vista a idéia de que "a rede do conhecimento está em constante estado de reconfiguração. Há sempre relações novas, que estão surgindo, e outras que estão caindo de maduras". Para ele, é importante que todo educador mostre, ao longo do programa curricular, como sua disciplina evoluiu. No caso da Matemática, explorando temas que vão do surgimento dos algarismos até as mais recentes aplicações. No caso de Ciências Naturais, estabelecendo relações entre o conhecimento dos processos físicos, químicos e biológicos em relação à linha do tempo. No caso de Ciências Humanas, mostrando como as grandes transformações acontecem.

Competência 2

Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

Algumas habilidades:

1) aplicar conceitos para compreender fato natural ou social;

2) entender diferentes escalas de tempo;

3) articular saberes.

Hora de tomar decisões

A situação-problema surge quando o professor cria um desafio cuja superação faz com que o aluno aprenda alguma coisa. É uma maneira de inverter o tradicional sistema de "transmissão de conhecimento". Em vez de oferecer a resposta certa, o caminho é fazer a pergunta certa e, com base em algumas coordenadas que ajudem a situar a questão, incentivar a garotada a encontrar essa resposta certa. Uma situação-problema típica é o trabalho por projetos didáticos, quando o grupo é desafiado a empreender algo. Os estudantes partem de algumas informações, definem um objetivo e traçam um caminho para alcançá-lo. "Muitos de nós, na escola e fora dela, ficamos rapidamente desinteressados quando recebemos apenas boas respostas", afirma Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da USP. "Mas não conheço ninguém que não se sinta motivado diante de um problema."

Ao coletar informações em diferentes bancos de dados, como a internet, fontes orais e livros e jornais da própria biblioteca da escola, extraindo de cada uma o que interessa para a execução do projeto, o aluno desenvolve operações mentais de altíssimo valor para a tomada de decisões. Por isso, vale a ressalva. "Existe o risco de ele se perder diante de tantas fontes de informação", destaca Nilson Machado, da Faculdade de Educação da USP. "É essencial que se tenha um mapa de relevâncias capaz de estabelecer o que é importante para aquele determinado objetivo. Nada é relevante ou irrelevante por si, mas sempre em relação a um contexto." Fazem parte do conjunto de habilidades ligadas a essa competência as ações de identificar, caracterizar, relacionar, confrontar, calcular, prever, analisar, organizar e contextualizar diferentes informações, extraindo dessas operações a resposta certa — ou um produto final, no caso dos projetos didáticos.

Competência 3

Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.

Algumas habilidades:

1) tomar decisões partindo da análise de dados;

2) dada uma situação-problema, apresentada numa linguagem de determinada área de conhecimento, saber relacioná-la com sua formulação em outra linguagem;
3) interpretar com base em inferências ou conclusões autorizadas pelos dados disponíveis.

Construir argumentos

Não basta ter as informações certas. É preciso construir argumentos válidos e agir. Isso vale para a vida, no mundo do trabalho e, claro, na sala de aula. Quando o professor cria um júri simulado para que os alunos debatam algum tema, faz com que todos exercitem essa competência, essencial para o exercício da cidadania. Afinal, só reclama seus direitos quem sabe argumentar a seu favor.

Trabalhos em grupo exigem dos estudantes intensa capacidade argumentativa e exercitam valores como tolerância e respeito às diferenças. Tão importante quanto saber argumentar é ter a capacidade de ouvir. Apresentar duas idéias opostas sobre um tema e pedir um texto que leve ambos em consideração é mais um ótimo jeito de construir esta competência — que, ao contrário do que supõe uma leitura apressada, não diz respeito apenas à linguagem oral.

Pegue-se como exemplo a questão da violência. Ao escrever, o aluno pode dispor de diferentes tipos de dados para formar sua opinião: estatísticas gerais, levantamentos específicos segundo a classe social, a geografia e a idade dos agressores ou um balanço histórico sobre a questão.

Construir argumentação consistente partindo das informações disponíveis é o cerne desta competência, que está diretamente ligada à idéia da contextualização do ensino defendida pela Lei de Diretrizes e Bases. A legislação não dissocia a preparação para o trabalho da formação geral do educando. Daí a ênfase na necessidade de a escola dar sentido ao que ensina, estabelecendo ligações entre o conhecimento teórico e a prática cotidiana.

O texto da reforma do Ensino Médio defende um "contexto norteador do currículo, já que todos, independentemente de origem ou destino socioprofissional, devem ser educados na perspectiva do trabalho". É uma postura integradora, que reconhece e absorve saberes de fora dos muros escolares para formar cidadãos críticos — uma situação radicalmente diferente daquela velha cultura enciclopédica voltada para o acúmulo de informações. Nesse novo desenho, o que não é contextualizado dificilmente vira conhecimento. Como diz o escritor Rubem Alves, "a memória mora na ação". Ou seja, o que não é usado cai no merecido esquecimento.

Um aspecto da realidade da escola diretamente relacionado a esta competência são os grêmios estudantis. Tidos por muitos educadores como o melhor jeito de manter um foro permanente de debates e troca de idéias, eles servem para colocar à prova a capacidade argumentativa da garotada. A começar pela própria campanha pelo comando da instituição. Só terá chances a chapa que criar propostas e defender pontos de vista consistentes — e convencer os colegas a votar.

Competência 4

Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.

Algumas habilidades:

1) ser capaz de articular idéias e ordenar o pensamento, para convencer os outros de determinado argumento;

2) identificar pontos de vista diferentes, identificando os pressupostos de cada interpretação;

3) produzir uma linha de argumentação com base na coleta de informações;

4) defender seu ponto de vista de maneira consistente e lógica e contra-argumentar possíveis contestações.

Intervir na realidade

"A própria essência de uma cultura geral não será preparar os jovens para entender e transformar o mundo em que vivem?", pergunta Philippe Perrenoud, um dos nomes mais constantemente associados ao ensino por competências. Na quinta competência exigida pelo Enem reside o verdadeiro exercício da cidadania. Ela funciona como o vetor voltado para a sociedade de tudo o que foi aprendido e exercitado nos três anos do Ensino Médio.

Se a escola ignora o pressuposto defendido pelo educador suíço, hiperdimensionando os projetos pessoais, segue o perigoso caminho do culto ao individualismo. O melhor antídoto é despertar o sentimento de solidariedade por meio de ações concretas de intervenção na realidade. "Felizmente, essa competência vem sendo trabalhada de maneira sistemática em todo o país", afirma Eny Maia, secretária municipal de Educação de São Paulo. "É comum ver projetos que envolvem a adoção de uma praça ou rio ou o mapeamento do entorno escolar como forma de conhecer a realidade para depois propor intervenções."

Buscar soluções para questões de saúde ou urbanismo, visitar orfanatos, asilos e presídios e participar em festas comunitárias são outros exemplos bem-sucedidos de momentos de aprendizagem que se cruzam com o exercício da cidadania. Mas atenção. Não basta agir. É essencial tomar consciência do papel que cada um pode e deve ter na transformação do mundo. Ou seja, para que esta competência faça sentido, é preciso antes dominar as outras quatro. A soma faz com que o estudante se torne preparado para agir. E saia da escola dizendo que ela conseguiu, sim, prepará-lo para a vida.

Competência 5

Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para a elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Algumas habilidades:

1) tomar parte em decisões que influem na vida comunitária;

2) exercer a cidadania por meio de seus diversos canais (partidos políticos, associações etc.);

3) compreender a realidade nas suas dimensões social, ética, política e econômica;

4) atuar, de maneira criativa, na melhoria do mundo em que vivemos.

Fonte: Nova Escola...