segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dilma trava programa de laptops de Lula

Relatório encomendado pela SAE avalia que situação do projeto Um Computador por Aluno ‘é caótica’

Lançado com entusiasmo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto Um Computador por Aluno (UCA) praticamente foi abandonado na transição para o governo Dilma Rousseff. Parte dos 150 mil laptops comprados pelo governo por R$ 82, 5 milhões está subaproveitada. Há também registro de alto índice de laptops quebrados e avariados.

Dos 600 mil computadores oferecidos em 2010 a governadores e prefeitos, que supostamente dariam continuidade ao programa, pouco mais da metade foi comprada. O prazo da oferta venceu no final do ano passado e não houve nova licitação.

Na Escola Basílio da Gama, em Tiradentes (MG), os laptops do projeto continuavam encaixotados porque a internet não funciona e faltam armários e carteiras, relata avaliação encomendada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).

Em Santa Cecília do Pavão, no Paraná, outro dos cinco municípios alvo do projeto, a situação é "caótica", segundo o relatório ao qual o Estado teve acesso. Por falta de infraestrutura e sem capacitação adequada, os professores "sentem a inovação como ameaça", diz o texto do relatório, debatido reservadamente no governo.

"Vamos mergulhar na reflexão", reagiu o ministro da Educação, Aloizio Mercadante ao ser questionado sobre o destino do UCA. Na quinta-feira, o ministro anunciou da distribuição de tablets aos quase 600 mil professores do ensino médio, até o final de 2012.

"Começar pelo professor é mais seguro", repetiu o ministro Mercadante, marcando discretamente a mudança de rumo do programa de inclusão digital nas escolas.

Conclusão

Até aqui, o programa vem se comportando de forma errática, sugere o relatório encomendado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos num contrato de R$ 1,7 milhão com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho investigou com profundidade o impacto da segunda fase do projeto de distribuição de laptops a 10.500 alunos de todas as escolas municipais e estaduais de cinco municípios pequenos em Estados diferentes.

"O desenho do projeto subestimou as dificuldades de apropriação da tecnologia pelos professores do ensino fundamental e médio em comunidades relativamente carentes, o que levou a um subaproveitamento do UCA em sala de aula", resume o relatório final da SAE de mais de 200 páginas.

Depois de um ano de implementação do projeto, os pesquisadores concluíram que cerca de 20% dos professores não usam o laptop distribuído pelo governo; 22% declararam não ter passado por nenhum tipo de capacitação.

"Muitos se sentiram humilhados e desmotivados", diz o relatório final do trabalho coordenado por Lena Lavinas, convidada por Mercadante para um debate, junto com outros técnicos, para avaliar o destino do projeto UCA. "Vamos espancar o projeto até a nona casa decimal", adiantou o ministro, repetindo a senha usada na administração Dilma Rousseff para preparar ações do governo.

Dificuldades

Problemas na capacitação dos professores foram mais agudos no município de São João da Ponta, no Pará. Lá, segundo o relatório, professores e diretores teriam manifestado decepção e desencanto.

"Os alunos, com a posse e o domínio sobre os equipamentos, usando-os a seu bel prazer, parecem revestidos de um poder que, somado à pouca capacitação dos professores e à falta de estrutura das escolas, confunde o processo ensino-aprendizagem, assombra e inibe a ação e a autoridade dos professores e diretores", analisa o relatório.

A avaliação não menospreza os aspectos positivos da distribuição de laptops. Parte dos alunos descobriu a informática por meio do UCA e a maioria aprova a inovação. "É impossível não se comover com o deslumbramento dos jovens e de alguns adultos, que se sentem definitivamente parte de um mundo novo, o mundo da era digital", relatam os pesquisadores sobre o uso dos laptops do UCA na praça central de São João da Ponta.

"Não há dúvida de que houve um processo de aprendizado sobre a inclusão digital, porém com custos elevados e efeitos aquém do esperado", resume.

fonte: estadao.com.br

domingo, 5 de fevereiro de 2012

MEC vai distribuir 600 mil tablets em escolas da rede publica brasileira ainda em 2012

A partir do segundo semestre deste ano, professores da rede de ensino pública do Brasil vão receber cerca de 600 mil tablets. A ação deve atingir 62.230 escolas de todo o país. O investimento aplicado para que isso seja feito gira em torno de 150 a 180 milhões de reais e já está em trâmites desde dezembro de 2011, quando o governo manifestou o interesse em adquirir 900 mil tablets de fabricação nacional, com telas entre 7 e 10 polegadas.

O governo pagará quase R$ 300 pelo tablet de 7 polegadas e aproximadamente R$ 470, pelo de 10 polegadas. O que significa menos da metade do preço, já que um tablete de 7 polegadas sairia por R$ 800 em valor normal.

Este programa começa com os professores porque o MEC acredita que os docentes necessitam dominar o aparelho antes deles chegarem até os alunos. “A inclusão digital tem que começar pelo professor. Se ele não avançar, dificilmente a pedagogia vai avançar”, afirmou o ministro da educação, Aloizio Mercadante, à Agência Brasil.

Pelo equipamento, o professor poderá organizar aulas, acessar a internet e até apresentar a sua aula por meio de lousas digitais. Por enquanto, apenas professores do ensino médio receberão os tablets. Em breve, os docentes do ensino fundamental também terão acesso.

Por enquanto, não há previsão para os alunos receberem os dispositivos. E quando isso acontecer, as pessoas só têm de lembrar de desativar o Facebook, Twitter e outras redes sociais, além do Youtube na ferramenta. Se não, o que era para servir de educação, vai diretamente para o ralo.

fonte: http://msn.techguru.com.br

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pernambuco vai distribuir tablets a alunos do 2º e 3º anos

Pernambuco vai distribuir tablets a alunos do 2º e 3º anos

FÁBIO GUIBU DE RECIFE

A Secretaria de Educação de Pernambuco vai distribuir tablets aos 170 mil estudantes do 2º e 3º anos do ensino médio das escolas estaduais. A licitação, no valor de R$ 170 milhões, foi concluída nesta quinta-feira, e a entrega dos aparelhos será feita em março, disse o secretário estadual da Educação, Anderson Gomes. Segundo ele, os recursos são do Estado, e a decisão de investir nos equipamentos foi tomada porque o governo optou por "olhar para o futuro". "Trata-se de uma mudança de paradigma. Vamos colocar nosso ensino no século 21", disse. Dados divulgados em abril de 2011 pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco revelaram que 96,3% das 163 escolas públicas consultadas pela entidade se queixavam de problemas estruturais, como falta de professores nas salas de aula e de segurança. O secretário disse que novos professores foram contratados e que, desde 2007, "praticamente todas as escolas do Estado foram recuperadas".

"Naturalmente, vamos encontrar problemas pontuais, mas existem programas de manutenção, de construção de escolas e é preciso investir mais na qualidade." Os aparelhos doados permanecerão com os estudantes após a conclusão do ensino médio, o que obrigará o Estado a adquirir novos aparelhos todos os anos. Os tablets terão teclado físico, tela touch screen, memória de 4 GB e sistema operacional Windows. Parte do material pedagógico será inserido nos aparelhos. De acordo com o secretário, 88% das 1.100 escolas estaduais pernambucanas têm acesso à internet com velocidade de 2 GB, e 40% delas possuem rede sem fio. Desde 2008, os 26 mil professores da rede estadual recebem créditos para a compra de notebooks. Os docentes do ensino médio, segundo Gomes, serão treinados para trabalhar com os tablets.

fonte: folha.com

Programa de laptop na rede pública tem falhas, diz estudo

Programa de laptop na rede pública tem falhas, diz estudo
Projeto piloto da União esbarra na falta de capacitação de professores
ANTONIO GOIS DO RIO
Estudo feito pela UFRJ para o governo federal mostra que o programa UCA (Um Computador por Aluno), implementado em 2010 em seis municípios, esbarrou em problemas de coordenação, capacitação de professores e adequação de infraestrutura. O programa piloto do MEC forneceu 150 mil laptops de baixo custo a professores e alunos de cerca de 300 escolas públicas. Às cidades, o governo federal prometeu infraestrutura para acesso à internet e capacitação de gestores e professores. Uma das conclusões do estudo foi que a infraestrutura de rede foi inadequada. Em cinco cidades, os avaliadores identificaram que os sinais de internet eram fracos e instáveis tanto nas escolas quanto nas casas e locais públicos.

FIM DO ENTUSIASMO
Segundo a pesquisa, os professores se mostravam entusiasmados no início, mas, um ano depois, 70% relataram não ter contado com apoio para resolver problemas técnicos e 42% disseram usar raramente ou nunca os laptops em tarefas pedagógicas para os alunos. Em algumas cidades, os equipamentos que davam defeito ficaram guardados por falta de técnicos que soubessem consertá-los. Além disso, um quinto dos docentes ainda não havia recebido capacitação, e as escolas não tinham incorporado o programa em seus projetos pedagógicos. Um dos pontos positivos foi que os alunos passaram a ter mais domínio de informática. O programa foi mais eficiente para alunos de escolas que permitiram levar o laptop para casa. Foram avaliadas Barra dos Coqueiros (SE), Santa Cecília do Pavão (PR), São João da Ponta (PA), Terenos (MS) e Tiradentes (MG). Os autores do estudo não deram entrevista.

fonte: http://www.facebook.com/groups/138753319510972/318408321545470/