Celso Santiago é uma das cabeças do projeto “Livro e
Game”, que transforma obras clássicas da literatura brasileira em jogos
eletrônicos. Ele trabalha com o potencial educativo dos games desde os
anos 1990, quando acompanhou a implantação de um projeto na área nas
escolas da rede municipal de Londrina, no Paraná. E aposta nesta
ferramenta como um recurso de apoio ao aprendizado. Nesta entrevista,
fala sobre o potencial dessa ferramenta e as maneiras mais indicadas de
introduzi-la em classe, entre outros temas.
1. Qual o potencial dos games para o aprendizado?
Jogos desse tipo funcionam como um apoio à ação
educativa. Com base neles, é possível introduzir vários temas vinculados
aos conteúdos escolares. Graças à pensadores como Lev Vygotsky
(1896-1934) Paulo Freire (1921-1997), sabemos que a cultura é um
componente imprescindível ao processo de aprendizagem. Isso explica o
potencial dos games.
2. Quais as vantagens das adaptações do projeto “Livro e Game”?
Ele une entretenimento e cultura. Seu ambiente
oferece ao internauta a atmosfera própria de cada obra adaptada, criada
com base nas nossas leituras dessas obras e da pesquisa de referências
que fizemos para criar toda a ambiência que as narrativas pediam. Os
jogos são divertidos e apresentam informações e curiosidades que
entretém o internauta. Ao mesmo tempo, estimulam o jogador a descobrir
mais, a partir para a leitura das obras clássicas que os originaram.
3. Como o professor deve fazer a mediação dos jogos do projeto?
Essa mediação deve considerar vários aspectos. O primeiro é o aluno e
o seu entorno. Devemos levar em conta o que os jovens já sabem e os
saberes presentes na comunidade onde vivem. Assim, fica possível
estabelecer relações entre as situações vividas por eles e as
apresentadas na narrativa da obra literária. Outro ponto é estimular a
curiosidade do grupo, levá-lo investigar sobre o tema e compartilhar as
descobertas.
4. Há previsão de lançar outros jogos este ano?
Sim. Temos os projetos de dois jogos prontos: Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1881-1922) e Noites da Taverna, de Álvares de Azevedo (1831-1852). Esperamos que até o fim do ano eles estejam disponíveis na internet.
fonte: revista nova escola
Nenhum comentário:
Postar um comentário