Acesso não é mais o principal desafio, mas sofisticar o uso pedagógico das tecnologias
Apesar de ainda haver alguma resistência aqui ou ali, os governos de todo o mundo estão cada vez mais atentos sobre a necessidade de se colocar as tecnologias móveis, como celulares e tablets, a serviço da educação. Mas como só vontade não garante bons resultados, a Unesco publicou um guia (disponível no link http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002196/219641E.pdf) com 10 recomendações políticas em que tenta ajudar governos a implantarem esses recursos nas salas de aula. E aos que ainda não estão 100% convencidos dos benefícios do uso integrado da tecnologia com os objetivos pedagógicos, o guia, apresentado em Paris na semana passada durante a Mobile Learning Week, traz ainda 13 bons motivos para ter esse aliado na educação.
“Cada país está em um nível diferente no uso das tecnologias móveis em sala de aula. Por isso, é importante que cada um use o guia adaptado às suas necessidades locais”, diz Steve Vosloo, coordenador do projeto. O especialista conta que a ideia de lançar essas recomendações surgiu a partir da constatação de que, mesmo considerando o uso das tecnologias em sala de aula algo pedagogicamente importante, muitos governos não sabiam por onde começar. A questão do acesso já havia sido mais ou menos resolvida; o problema agora era dar significado a esse uso. Especialistas da Unesco espalhados pelo mundo começaram a elaborar um guia com orientações que servissem a qualquer governo, independentemente do grau de maturidade que o país estivesse nesse debate.
Até por isso, o documento começa com uma orientação que parece
simples: ter políticas que incentivem o uso das tecnologias móveis em
sala de aula. Isso pode querer dizer tanto criar políticas da estaca
zero ou ainda atualizar políticas que foram criadas no momento em que as
tecnologias móveis ainda não eram tão acessíveis. “As diretrizes
políticas relacionadas ao aprendizado móvel que forem criadas devem
estar em harmonia com as que já existirem no campo das TIC”, afirma a
Unesco no documento.
Na sequência, o guia traz à luz a necessidade de se treinar
professores e de fazer isso com o uso de tecnologias móveis, para que
eles também se apropriem dessas ferramenta na vida deles. “No Brasil, os
professores têm certa resistência em incorporar novas tecnologias. A
sala de aula ainda é o lugar de desligar o celular”, afirma Rebeca
Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, que avalia que
parte disso se deve ao fato de o professor ainda não estar completamente
familiarizado com essas ferramentas. “Isso faz com que muitas
oportunidades educacionais se percam, especialmente no ensino médio,
época em que o aluno já está ligado e nas redes”, completa ela.
Outras recomendações presentes no documento dizem respeito à criação
de conteúdo adequado e à promoção do uso seguro e saudável das
tecnologias. Com essas orientações, acredita a Unesco, os governos
estarão mais próximos de usufruir dos benefícios do aprendizado móvel,
entre eles ampliar o alcance e a equidade da educação e facilitar o
aprendizado personalizado.
fonte: estadao.com.br
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